Era meados de 1982, e minha vida parecia estar muito boa: empregado, morando com a família, perto dos amigos, defendendo meu time no campeonato de futebol de campo aos domingos, jogando futebol de salão durante a semana e ainda praticando karatê. Mas um telefonema de meu pai naquela tarde chuvosa de outubro viria a mudar toda a situação, ou não. Eu tive poucos segundos para dizer sim ou não.
O "não" era muito mais fácil, pois possibilitaria a minha permanência na zona de conforto já estabelecida. Porém, o "sim", siginificava deixar tudo para trás e partir para uma nova vida. Não tive dúvidas. Naquela mesma noite botei a mochila nas costas e viajei os 150 km para fazer um teste para exercer uma nova profissão.
Hoje, eu sei que tomei a decisão certa. Foram dias terríveis. Mesmo estando perto do meu pai, a lembrança do restante da família, dos amigos e da vida tranquila que levava, quase me fizeram desistir. Nesses momentos de recaída, eu me lembrava dos amigos que fizeram a mesma coisa e um dou dois anos depois já estavam de volta na cidade. Então me vinha à cabeça o meu antigo propósito - o dia em que eu sair daqui, será em definitivo.
O tempo passou, e uma nova zona de conforto foi estabelecida, e que durou quase quatro anos. Mas quando chegou a hora de tomar uma nova decisão eu não hesitei. A decisão foi muito mais fácil e menos traumática.
É claro que sair da zona de conforto não é fácil, principalmente para um jóvem de vinte anos que nunca se afastara mais que alguns quilômetros de sua cidade natal. Mas, é importante lembrar que, decidir permanecer na zona de conforto pode significar a perda de muitas oportunidades. Veja o que diz Dílson Almeida (consultor organizacional) nessa entrevista "O primeiro sintoma apresentado é falta de ambição e, uma vida sem ambição fica igual a um chiclete que você masca, masca e depois perde o sabor. E por isso, a falta de “sabor” torna-se um motivo gravíssimo e leva as pessoas a serem trocadas em seus postos de trabalho. O brasileiro precisa acordar para o novo mundo que chegou, é tempo de revolução e só vai suportar essa pressão quem tiver um de equilíbrio emocional em todas as áreas de sua vida."
Vejo muita gente reclamando do emprego, mas não se mexe no sentido de mudar a sistuação, e isso só tem um nome: comodidade. Sair dessa zona só se for para melhor, mas como saber se será melhor se a pessoa não tomar a iniciativa. É bom lembrar que nem sempre deixar a zona de conforto significa trocar de emprego. Muitas vezes a pessoa parou no tempo e está ficando para trás por conta da sua falta de atualização profissional.
Daí a importância de ficar de prontidão para qualquer mudança na organização. Esteja preparado, e a sua chance pode surgir a qualquer momento. Faça aquele curso, aquela faculdade, enfim, não deixe que a comodidade o impeça de evoluir profissionalmente e como pessoa.
Diga não à zona de conforto e veja as possibilidades aumentarem na sua vida.
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