Boas vindas!

Olá!
Seja bem vindo ao "nosso" blog!
Este blog será usado como ferramenta de trabalho e comunicação com meus alunos, amigos e visitantes.
Sinta-se à vontade para sugerir, criticar e indicar boas matérias.
Para tanto, basta deixar seu comentário no final de cada postagem.
Um grande abraço,

José Rodrigues (JR)

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Um passo de cada vez

Antes de pedir uma remuneração melhor, 
é importante avaliar as próprias competências e o que fazer para atingir seus objetivos. 
Profissional deve deixar portas abertas na negociação.

Ao pedir aumento, o profissional deve estar preparado para ouvir ‘não’. No entanto, a resposta negativa não deve imobilizá-lo. Foi o que ocorreu com Thiago Corrêa Sampaio, de 32 anos. Atualmente, ele é gerente de recursos humanos da Holcim, cargo que alcançou depois de quatro anos na empresa, período que procurou investir nas competências necessárias para se tornar um gestor. No entanto, desde o emprego anterior, Thiago desejava um cargo que lhe oferecesse desafios e também possibilidade de progressão na carreira, tanto do ponto de vista de funções como de salário.

Na época como analista sênior de treinamento e desenvolvimento, chegou a conversar com o chefe anterior, que não lhe ofereceu nenhuma perspectiva de progressão. “Meu salário era bom, mas buscava uma posição de liderança e não via, em minha antiga empresa, perspectiva a curto prazo.” Diante do cenário que lhe foi apresentado, Thiago avaliou que para alcançar o nível que almejava na carreira teria que buscar oportunidades no mercado.

Depois de uma busca, entrou para a Holcim como supervisor de treinamento. Ele percebeu que havia possibilidades de crescimento na empresa, mas que era necessário alcançar maturação profissional. Identificou que precisava falar inglês fluente, saber trabalhar sob pressão e liderar. “Percebi que era importante a exposição a desafios e trabalhos complexos.” Antes de chegar a gerente, Thiago se movimentou em um mesmo nível hierárquico.

Thiago trabalhou dois anos como supervisor. Passou período de dois meses trabalhando na Indonésia. Quando voltou, assumiu a supervisão de recursos humanos de duas áreas na empresa. Em abril, seu gerente na época foi para a Suíça, deixando o cargo de interino para ele. Em setembro, depois que o superior conseguiu uma colocação na Holcim no país europeu, ele assumiu de maneira efetiva o cargo. “Antes de chegar a gerente, não tive promoções, mas assumi vários cargos intermediários”, diz.

Como gerente de recursos humanos e também com base em sua experiência pessoal, Thiago sugere que, quando as pessoas pretendem negociar aumento salarial, o melhor é falar com o gestor imediato. “Muitas vezes, ele fala com o colega. Acha que ganha pouco, considera que deveria ser gerente, mas não tem conversa franca com o gestor”, diz.

MELHOR MOMENTO O professor de administração e recursos humanos do IBS/FGV Marcelo Rocha defende que preparar-se para receber ‘não’ é entender que a negociação não se esgota naquele momento. É importante instigar o gestor a justificar a resposta negativa. Não se pode desistir e é importante deixar as portas abertas para que o aumento venha futuramente. Nesse sentido, entre em consenso com o chefe sobre quais competências e habilidades você precisa desenvolver para que o reajuste salarial venha.

Ao planejar um aumento, também é imprescindível identificar o melhor momento para falar com o gestor. Se a empresa está passando por crises financeiras, certamente não há clima para pedir reajuste salarial. Você também deve agendar momento propício para tratar do assunto, de preferência marcar um encontro informando o chefe do que quer tratar. Nada de entrar na sala dele de maneira intempestuosa. Depois que conseguiu agendar, estruture sua argumentação para a negociação. Mostre com fatos as razões que o fazem ser merecedor de um aumento. “Faça uma planilha ou uma apresentação. Evite usar argumentos do tipo ‘preciso de aumento, porque o salário que estou ganhando não está dando’”.

Tanto Marcelo Rocha quanto a presidente da Dasein Executive Search, Adriana Prates, são taxativos em relação a chantagear, colocar o chefe contra a parede ou tentar fazer um leilão com a remuneração. “Não faça ameaças para que não fique um clima ruim. Você pode ser uma pessoa especial para o seu chefe, mas, no momento da negociação, decepcioná-lo pela forma com que lidou com a questão”, alerta Adriana. Os especialistas lembram que o profissional pode se queimar ao tentar fazer barganhas usando a proposta de outras empresas. “Ele pode até conseguir o aumento naquele momento, mas fazer leilão prejudica a carreira a médio e longo prazo”, completa a especialista. O melhor argumento é usar informações salariais do mercado.

Ao negociar, também esteja aberto ao que o gestor tem a oferecer. O aumento pode não ser possível, mas o gestor pode oferecer treinamentos, a realização de cursos, como master business administration (MBA), entre outros benefícios. É preciso flexibilidade no processo de negociação e, mais do que isso, demonstrar que você não irá deixar de participar ou ficar menos motivado, mesmo diante de uma resposta negativa. Marcelo lembra que, em muitas empresas, existem os planos de carreira e salário.

Nesse cenário, é importante ficar atento para saber se o profissional alcançou os pré-requisitos para conseguir as mudanças de níveis, bonificações e aumentos salariais. Os especialistas concordam que, mesmo diante da possibilidade de ouvir um ‘não’, não desista de pedir aumento. Mas também alertam: não seja ingênuo na negociação e se, por ventura, não vier o ‘sim’, entenda o ‘não’ como oportunidade de crescimento na carreira.


Márcia Maria Cruz
Publicado por EM de 13/11/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário